De um lado, uma industria milionária se defende em matérias e artigos na internet que afirmam que os jogos violentos não afetam a mente dos jovens. Por outro lado, jovens se inspiram em personagens de jogos e matam com crueldade e por pura "vingança".
Rir, implicar, tirar sarro, humilhar. Pode até parecer engraçado aos olhos de quem assisti ou de quem costuma "trollar" o outro. "É só uma brincadeira, é engraçado..."; segundo palavras da participante do BBB19, Paula. Porém , os fatos comprovam. A mistura de Bullyng e jogos violentos vem criando um verdadeira geração de psicopatas.
Muitos de nós podemos afirmar: "Também implicavam comigo na escola e nunca matei ninguém por causa disso". Mas, a pergunta é a seguinte: Até que ponto a mente humana pode ser afetada mediante ao tipo de ambiente que ela é exposta? Sabe-se, que os primeiros anos de vida; de um a seis anos são determinantes na formação da personalidade das crianças. Expor uma criança a um ambiente violento ou perturbado com certeza não trará benefícios ao futuro adolescente. Outros fatores como separações dos pais e falta de comunicação no ambiente familiar podem ser extremamente negativos.
O Bullying se refere a todas as formas de atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que ocorrem sem motivação evidente, adotadas por um ou mais estudantes contra outro ou outros. O que exerce o 'bullying' o faz para impor seu poder sobre outro através de constantes ameaças, insultos, agressões, humilhações, etc., e assim tê-lo sob seu completo domínio durante meses, inclusive anos. A vítima sofre calada na maioria dos casos.
O maltrato intimidatório o fará sentir dor, angústia, medo, a tal ponto que, em alguns casos, pode levá-los a consequências devastadoras como o suicídio. Em outros casos pode desencadear distúrbios psicológicos levando a vítima a atos de extrema violência e vingança contra os agressores e demais pessoas. A vítima se sente esquecida pela sociedade e acaba culpando a todos pelo seu sofrimento. E é dessa forma surgem histórias lamentáveis como a ocorrida no dia treze de março, na cidade de Suzano, estado de São Paulo; onde dois jovens armados entraram na escola Estadual Professor Raul Brasil efetuando disparos e matando 11 pessoas. Segundo dados do MEC; um em cada dez estudantes brasileiros é vítima de Bullying.
Especialistas, como a professora de psicologia Ciomara Shcneider, psicanalista de crianças e adolescentes, defendem que pais e escola devem estar atentos ao comportamento dos jovens e manter sempre abertos os canais de comunicação com eles. Para ela, o diálogo continua a ser a melhor arma contra esse tipo de violência, que pode causar efeitos devastadores em crianças e adolescentes.
E os jogos? Onde entram em tudo isso? A soma da pressão psicológica do Bullyng sofrido ao fato do jovem se sentir abandonado pelo ambiente que deveria protege-lo (família e ambiente escolar) junto ao estimulo a violência gerado pelo jogo pode fazer com que este adolescente deseje se "vingar" desta mesma sociedade que o "abandonou". Incentivado pelo personagem dos jogo o adolescente acaba criando um perfil psicopata. Tanto no caso de Suzano, como no caso na cidade de Littleton, no Colorado, os adolescentes estavam vestidos como os personagens dos games.
O Ministério da Educação, em parceria com o Ministério da Justiça, lançou em 24 de novembro de 2016 o Pacto Universitário pela Promoção do Respeito à Diversidade, da Cultura da Paz e dos Direitos Humanos. O objetivo é promover ações de respeito às diferenças e de enfrentamento ao preconceito, à discriminação e à violência no ambiente universitário, bem como de gestão e convivência.
Pais, diretores, professores e orientadores pedagógicos devem ter todas as suas atenções voltadas para essa situação. É necessário uma ação conjunta de toda a sociedade.
Cabe às autoridades criar e intensificar campanhas de conscientização para evitar que tragédias como a da escola Estadual Professor Raul Brasil voltem a se repetir.
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